sexta-feira, 29 de maio de 2009

Tenho, é óbvio, alunos "xodós"; uma delas é da 5ª série. É daquelas que qualquer pessoa que não seja um monstro deseja levar pra casa edar uma vida menos ruim. Senão, veja: ela tem histórias sinistras de abuso na infância; a mãe bebe; o irmão é vapor já faz tempo, logo deve chegar a chefe de "biqueira", e nasceu do estupro que o próprio avô cometeu contra a filha; a irmã de13 anos, aluna minha também, é analfabeta_ incapaz de inclusive copiar letras da lousa.O pai delas (porque o pai DELE é o avô...) não parece valer grande coisa, e está bem longe.
Se algum dia passou pela sua cabeça maluca o desejo de lecionar, caso vá para a periferia é de bom alvitre se preparar para histórias bem mais feias...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Resolver o tráfico???

Sabemos, caríssimos, que as drogas podem afundar este mundo estúpido, e logo; bem, e como elas devem ser combatidas? Não com campanhas ridículas, nem com táticas de guerra: pergunte lá na biqueira se isso funciona.
Nada funcionará enquanto o grosso da coisa passar pelas mãos (e narizes) de gente graúda, celerados postos em cargos de vulto, tão traficantes quando Marcola, mais perigosos que a AIDS, tão feios quanto a lepra! Solitária neles! DEPOIS se poderá ir atrás de quem comanda a coisa aqui embaixo...
Mas tem corajoso para isso, neste país apalhaçado?

segunda-feira, 18 de maio de 2009



Estamos tentando aposentar aos poucos a sala de aula e sua imensa chatice costumeira.
Trabalho de campo nos arredores da escola, periferia de Campinas.

Para muitos trabalhos envolvendo equipes de alunos, vale sempre o bom e antigo conselho: não diga como fazer, mas sim o quê fazer.
Eles sempre surpreendem. O nome disso é respeito a inteligência dos alunos.
Ah, sim...a foto acima é de aula,
professor???

Sim, aula de ser livre. Contrariou? Chama o Paulo Renato e conta pra ele.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ambiente pesado: garoto de 10 anos de nossa sexta série foi assassinado dias atrás.
Que se poderá fazer?
Bem, como nada espero do Estado além da cobrança do IR e das cacetadas da autoridade se disser verdades demais, tento proteger meu filho tanto quanto Cérbero protege as portas do inferno.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Qual é o melhor lugar de uma escola?
A escadaria, a moçada adora.
E o pior?
Que dúvida!, claro que é a sala dos professores!
E o mais triste?
A sala de aula, quase sempre caindo aos pedaços; quando vejo aqueles ventiladores da 1ª Grande Guerra tentando ainda funcionar, e aquelas janelas podres...nem te conto o que tenho vontade de fazer_ seria anti-pedagógico, sabe?...

Resolve essa, burocrata lerdo.

Você pode enfiar Piaget, Vigotsky e Freinet no ralo, quando na sua escola alguns alunos são "aviões", e não querem passar de ano para não abandonar o "serviço", e não dar mancada com o patrão, que tem o olho vivo. Que proposta pedagógica resolve isso???

Paulo Renato na área!

Mestre Paulo Renato voltou à Educação, com a bemvinda notícia da saída de dona Até Esqueci o Nome Dela...alvíssaras? Não, né, se lembrarmos que foi mestre Paulo o arquiteto daquela superpopulação de FAFoFu´s de quinta categoria que empestearam o país...
É iço aê! O bondi da inducassão segui forte no Brasiu!!

Saudações!

Blog de professor? É lamúria, dirão. Tenha certeza, haverá lamúria e ranger de dentes, afinal, quem é que pelo menos não imagina o que é dar aula em escola pública, ainda mais na periferia? Espero não lamuriar muito; chateia o leitor.
E, meu amigo, minha amiga: se você escolheu ser professor, algo de diferente deve ter no seu espírito, porque sendo normal demais você não o faria, estou certo...é preciso gostar de guerra, guerra desarmada, é preciso coragem_ ainda que muitas vezes com o provisório abandono do siso, cedendo lugar ao risco.
Bem-vindos todos.