terça-feira, 30 de junho de 2009

Uma coisa que me decepcionou deveras quando dos estágios na Faculdade de Educação da UNICAMP foi a eleição, por parte de alguns companheiros de classe, de escolas particulares ou militares para estagiar; e a escola pública, que é onde se encontram os problemas mais sérios? Cada um sabe o que é melhor para si, é claro, mas sabe como é que é?, todo aquele papo de esquerda...foi pra onde???
Depois dessa, decidi que passaria no concurso, escolheria uma escola de periferia e faria valer meu curso.
Questão de política, nem que custe o sangue.

Meus caros amigos

sexta-feira, 26 de junho de 2009


Aula "ambientes degradados" em campo. Observe o sofrimento dos alunos e o seu imenso tédio.

Aula"ambientes degradados" na sala vibrante de entusiasmo.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Para preparar um professor devidamente, seria preciso dividir a formação em duas etapas: a teórica, recheada de Piaget, Vygotsky, Makarenko, e a prática, que é para quando Piaget não servir para nada na hora do vamos-ver.
De que prática se está falando?
Para começar, muito exercício físico, para o cidadão aprender a superar os próprios limites quando começar a correr de uma escola à outra, com quase nada no estômago, ou suportar os longos HTPC´s; nas semanas seguintes prepara-se o aspirante psicologicamente. Por exemplo, senta-se o futuro docente numa cadeira durante várias sessões, enquanto ele procura não se abalar com delicadezas berradas pelos treinadores:

_Seu traste!
_Você não conseguirá! Você não conseguirá nunca!
_Seu futuro é o psiquiatra! Seu idiota!
_Incompetente!
_Vão te perseguir! O governo vai te cercar!
_Você ainda vai ter seu carro riscado...ou sua cara amassada!
_Cale a sua maldita boca, reprovador de merda! Maluco! Não conseguiu ser advogado, virou professor, é, seu nada?
_Toma aqui teu giz: é tudo o que você tem pra dar aula! Animal!
_Meu filho consegue! Você é que não presta como professor!

Depois é preciso habituar-se ao stress: façamos o aspirante suportar extremos! Ficar sem dormir por dois dias, comer pouco, tomar apagador nas costas, subir escadas sem parar, corrigir centenas de provas durante a madrugada, e quando ele chorar, tapa na cara do elemento!

Pronto, os aprovados estarão aptos a suportar a guerra.


Achou que é piada, é?...

sábado, 20 de junho de 2009

Retroprojetor?
Datashow??
Internet???
Aqui tem dessas coisas não...
Nóz uza é a losa e o gis, num sabi não, seu governadô? É diço que nóz gosta!!!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Tenho desenvolvido um trabalho sobre pichação com minhas classes. Alguns alunos, depois de um tempo, vêm e se apresentam como integrantes de gangues...como proceder? Lições cretinas de moral não são comigo:
_ Isso é tão feio!
_ Isso é crime, menino!
Seria ridículo.
Como acho a pichação anti-arte, procuro deixar isto claro. Não vejo sentido no pichar, e espero que minhas impressões produzam algum efeito no pichador, já que gostemos ou não, professor é um tanto quanto exemplo também. Mais, não posso fazer.
Entregar aluno? Entrego a alma mas não faço isso. Se tiver de entregar alguém, será o poder público que abandona as escolas da periferia, e ainda fica enchendo o saco enviando seus malditos burocratas para nos "ensinar" alguma merda qualquer, com aquele nojento ar de "otoridade".
Nós odiamos a maioria destas palestrazinhas, podem ter certeza.

terça-feira, 16 de junho de 2009



Exercício é sempre bom: subindo a ladeira depois de visitar in loco o lixão que antes era um córrego.



segunda-feira, 15 de junho de 2009




Trabalho de campo: áreas degradadas, em uma favela perto da escola. O desafio é mensurar a validade deste tipo de abordagem didática: é preciso provar que realmente funciona como instrumento de ensino, ou ainda, se tem menor, maior ou igual valor ao tradicional texto em lousa. É claro que acreditamos que o velho esquema está ultrapassado em uns cinquenta anos, mas esperamos conseguir validar este pensamento ao menos parcialmente, com pesquisa envolvendo avaliações, entrevistas e testes específicos, os quais logo enunciarei aqui.
É pôr no papel: para combater a velharia didática, é necessário estar bem armado, porque professauro é espécie forte.

sábado, 13 de junho de 2009

Falando no mago: eu odeio livros de auto-ajuda, sejam do moço citado ou qualquer outro.
Minha ojeriza é tanta, que tenho o mau costume de olhar com olhares já desconfiados qualquer um que cite alguma porcaria de livro desta natureza...
Parece-me não haver outra coisa nas prateleiras das livrarias (além dos estúpidos livros sobre conspirações): títulos jurando que você é o maior, que fará milagres com o tal benchmarketing (seja lá que droga for isso), que Jesus é o maior psicólogo, doutor, vereador, orador que já existiu, ou sobre ratos que fazem não-sei-o-quê com seus queijos...
Se você gosta, vai fundo. Fundo mesmo.

Bem creio que todos os candidatos à profissão de docente, não apenas da área de Português, deveriam mostrar que sabem ler e que efetivamente lêem; outrossim, como pretendem ensinar algo num mundo, a escola, em que leitura e escrita representam a maior parte do processo de aprendizagem e avaliação? Se não lerem, como se atualizarão??
Basta de docentes que ordenam cópia de livros (!), passam as mesmas lições há vinte anos (!!) ou, oh!, tragédia!, lêem o tal do mago e acham que é literatura (!!!)...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

No famoso Colégio Bandeirantes, São Paulo, os alunos são separados por desempenho.
Imagine-se estudando na classe dos "fraquinhos"...
Não se está formando gente de verdade, mas sim competidores, ao mais adorável estilo darwinista.
Mas quem é que quer formar gente de verdade? Afinal, os rebentos sairão de lá tal qual os pais, apavorados e escondidos atrás dos muros e dos carrões importados.
Elites palermas, sobre um povo apalermado.

Aqui estávamos tendo aula sobre a tremendíssima importância, para um aluno que mora num bairro pobre controlado por traficantes, de saber-se sobre os cantões da Suíça e suas diferentes hidrografias, pois é, pois é, pois é! Viu o mapa suíço lá atrás???

Agora é que me dei conta...

Que pena! Deixei de ensinar sobre os diferentes solos da China, para discutir sobre os problemas da periferia, que é onde eu e os alunos vivemos...mapeamos a área, visitamos, fotografamos, brincamos nos barrancos, estudamos o relevo, entrevistamos os moradores...mas nada disso estavana "Proposta do Estado", oh!, que desespero,que remorso! Que farei agora?!?...

Fununcia?

Conhece o esquema? Nuca na frente de nuca, olhar para frente sempre, conter vossos hormônios até a loucura, copiar a "lição" sem pestanejar, em silêncio, sagrado, religioso silêncio, obedecer sem questionamentos, sentar-se ereto nem que se esteja morrendo de tédio e stress, calando as vossas bocas, porque sois meros e enfedelhados alunos.
Funciona este velho e clássico esquema?
Craro que çim, indiota, é só prestá atenssão na alegria, nas energia BOOOA que os aluno sente na sala di aula, nos resultadu istrondoso da nossa inducassão!!! Si foi bon pra nossos tataravó, purque num seria bon pra nozes??????